Brenda Costa modelo Deficiente Auditiva posa para campanha no RJ


Brenda Costa nasceu surda. Virou modelo aos 17 anos. Aos 23, fez uma cirurgia que a permitiu recuperar uma pequena parte da audição - o suficiente para ouvir o barulho do vento, como ela gosta de contar. Logo depois, lançou uma autobiografia, “Bela do Silêncio”. Há quatro anos e meio, se casou com o milionário Karim Al Fayed (irmão de Dodi Al Fayed, então namorado da princesa Diana quando o casal morreu em um acidente de carro, em 1997, na França). Há dois, teve uma filha. Parou de trabalhar por quase três anos, desde que ficou grávida. Agora, aos 27, a top está de volta à ativa, e já começou em grande estilo: é a estrela da nova campanha da L’Oréal, da coloração Majirel 6.53. EGO acompanhou os bastidores da sessão de fotos, que aconteceu em um estúdio na Zona Portuária do Rio.

Vida de modelo parece ser sempre cheia de glamour, certo? Bem, quase sempre. Para a campanha, Brenda ficou até de madrugada preparando os cabelos com o tom da marca. Às 6h do dia seguinte já estava no estúdio. Só para fazer cabelo e maquiagem foram cerca de seis horas. Depois, mais umas seis sendo fotografada por Daniel Klajimic. Para repor as energias, ela comia bananas no camarim (sim, modelo de vez em quando come!).

Temporada carioca

Nas duas semanas em que ficou no Brasil – além da campanha, a top participou de desfiles em Belo Horizonte e no Fashion Rio, e fotografou para a “Vogue” grega, também no Rio –, ela não teve a companhia da filha, Antonia, de um ano e dez meses. A menina permaneceu em Londres com o pai, Karim, com quem Brenda é casada há quatro anos e meio. 

“Minha filha precisa ter rotina. Ela vai à escola e faz aulas de balé, de natação e de culinária. Então, quando viajo por poucos dias não a trago comigo. Mas ela adora vir ao Rio, adora praia”, conta Brenda, que vem à cidade duas vezes por ano, quando fica por dois meses cada vez, e aproveita para ver os pais e ir à praia de Grumari, na Zona Oeste, sua preferida. “Também gosto de jogar vôlei com meus amigos”, conta. 

A modelo acha que toda mulher tem defeitos, incluindo as temidas celulites – que a gente mesmo procurando não consegue encontrar nem num pedacinho do 1,77m da modelo. “Meu corpo ficou mais bonito após a gravidez. Meu quadril diminuiu muito”, diz ela, atualmente com 56 quilos, 87cm de busto, 62cm de cintura e 90cm de quadril.

Discreta

As medidas de Brenda certamente conquistaram Karim, mas o fato de os dois serem deficientes auditivos – ele ficou surdo aos seis anos de idade, após contrair meningite - também contribuiu para aproximá-los. O romance dos dois tem história digna de conto de fadas. Eles se cruzaram rapidamente em Paris, há seis anos. Karim, que é fotógrafo, ficou tão encantado com a brasileira que fez de tudo para saber quem ela era. Ao descobrir que Brenda era modelo, pediu ao pai, Mohamed Al Fayed, então dono da Harrod’s, para fotografá-la para a campanha da loja de departamentos. 

“Durante mais de um ano a gente namorou sem eu saber que ele era um Al Fayed. Karim usava o sobrenome da mãe. Na cultura deles (são de origem egípcia), somente o filho mais velho usa o sobrenome do pai”, explica Brenda. A modelo é tão discreta quando o assunto são os Al Fayed que se recusou até mesmo a posar para revistas como “Vogue” e “Vanity Fair” quando estava grávida de Antonia.



“Não aceitei em respeito à família. A privacidade deles já havia sido muito invadida”, conta ela, referindo-se ao episódio Diana. Brenda também não comenta se já se encontrou com algum membro da família real britânica. “Isso é a nossa vida particular. Somos como qualquer família”, garante. 
   
Se hoje ela é casada com um milionário, no início da carreira era bem diferente. Brenda só fez o implante coclear – que a permite ouvir, ainda que com dificuldade – há quatro anos, porque teve que juntar dinheiro para fazer a cirurgia. “Atualmente custa cerca de R$ 50 mil, mas antes era bem mais cara”, lembra. “É importante a luta”, diz ela, fazendo a linha pé no chão.

'Nunca me senti excluída’

Apesar da deficiência auditiva, Brenda nunca usou a linguagem dos sinais para se comunicar, motivo pelo qual ela consegue falar, mesmo que com dificuldade. “Meus pais sempre me incentivaram. Não sou muda e nunca me senti excluída”, faz questão de frisar. “Eu, Brenda Costa, brasileira da gema e com muito orgulho, nasci sob uma boa estrela e não tenho nada a reclamar das fadas que se reclinaram sobre meu berço. De qualquer maneira, não tive direito à palavra!”, diz ela em um trecho de sua autobiografia. 



Fonte: globo.com